terça-feira, 7 de outubro de 2008

presenças

é esquisito como algumas pessoas quando morrem se tornam tão presentes nas nossas vidas. o meu padrinho morreu em fevereiro. durante alguns meses pensava nele todos os dias. às vezes, várias vezes por dia. assim como se fosse uma espécie de preocupação constante. aquele pensamento que fica preso a uma pessoa quando sabemos que algo com ela não está bem. fazemos a nossa vida e volta e meia pensamento vai lá parar.
depois passei a pensar menos frequentemente. penso a propósito de situações. e às vezes do nada. mas não é todos os dias. mas ainda assim parece que mesmo não estando a pensar, às vezes dou por mim a sentir esta presença constante. não tem nada a ver como sentir-me acompanhada. como não aceito a morte dele, será muito difícil sentir conforto na forma da sua presença actual. é uma presença constante que às vezes é boa, mas muitas vezes é dolorosa...a tal inquietação. algo fora do sítio.
gostava que isto fosse ao sítio.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

estar on, meo

Dantes os supermercados, e o comércio em geral, faziam campanhas de determinados produtos quando nós não precisavamos deles. Dessa forma consumíamos mais, em duas alturas do ano, uma por oportunidade, outra por necessidade.
Actualmente é comum fazerem-se campanhas adequadas à altura do ano e às necessidades da época. É a crise? Ou é finalmente o consumidor a mandar no mercado? Ou, como o meu pai diz: não são os consumidores/espectadores/utentes/etc que se adequam aos serviços/lojas/espectáculos... hoje em dia um serviço para vingar tem que se adaptar a todos e cada um, pelo que impera a flexibilidade e o estar on, permanentemente.
Existem então serviços via net em que posso fazer (quase) tudo quando quero ou redes de televisão em que posso ver o que quero às horas que quero. E assim eu compro, vejo, pesquiso quando quero. Já não tenho que esperar que a biblioteca abra, que chegue a hora da telenovela!!
Um exemplo disso é o meo!
Meo, será que isso nos vai trazer mais liberdade? Ou vamo-nos transformar num monte de meos egoístas e sem capacidade para esperar?