sexta-feira, 3 de julho de 2009

ontem decidi não ligar a TV

tenho estado em casa, agora de baixa de verdade, com manhãs tranquilas, fazer uma coisinha aqui outra ali, tardes mais produtivas, com algumas tarefas cumpridas no terraço, em casa e fora dela, algumas idas às compras, ir buscar o Manel à escola e por aí fora. até já fomos ao cinema! acabei de ler um livro e já escolhi 5 candidatos a próximo livro. enfim, baixa...sinto-me mais forte e canso-me muito menos. não me apetece ir trabalhar, mas também não me apetece ficar assim muitas semanas. por isso, hei-de ir trabalhar...
às vezes dá uma moleza maior que a conta, e a TV alimenta isso, em aliança com o Sofá. a Internet compete com os primeiros e ganha. como tal, decidi não ligar a TV ontem. 'inda pensei, com a minha pontaria vai passar-se qualquer coisa importante e eu não vou saber...
houve cornos no Parlamento e a Demissão de um Ministro!!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

capa-de-livros victim

acabei hoje de ler o livro da capa horrorosa. eu que sou uma capa-de-livros victim...fui completamente apanhada a ter que comprar um livro, por sugestão de uma entrevista que ouvimos na rádio, no Algarve, ainda nas férias, com uma capa de fujir.
captou-me a atenção o facto de se passar numa aldeia para onde a minha cabeça foge agora tantas vezes e de onde o meu coração foge outras tantas, ou vice-versa. isto acentuou-se ainda mais depois do Carnaval e daquela viagem ao Douro. aquela angústia que lá se me deu, tão típica minha, quando escurece no campo e não se vê ninguém e parece tudo fantasma, e aquela outra, quando percorremos kms e kms na estrada para chegar não sei muito bem onde e eu me ponho a contar o tempo que leva, e como aquela gente tá isolada e se partem uma perna ou têm falta de ar que, ai Jesus, não chegam a tempo ao hospital. essas e outras aflições que vieram nessa viagem.
mas depois algo de novo. cheguei a Lisboa (onde está tudo tão perto mas tão longe, não é?) e não conseguia tirar aquela gente, aquele cheiro, aquelas casas, aquele sossego, aquelas estradas onde ninguém chega (ou onde só chega quem realmente lá quer ir e estar?). lia HVidas (é uma parte do meu dever profissional actual) e bebia dos meus queridos candidatos aquelas experiências do prazer de atirar pedras ao rio uma tardinha inteira.
há ainda a minha querida montanheira, colega de trabalho, vinda do Pindoradouro, que põe óleo de bronzear quando vai à praia ao meio dia (é a única medida pouco inteligente que lhe conheço, mas parte do que ela é...), acha que criar uma criança em Lisboa é insanidade, que olha para mim e toda a sua Maternidade ferve de desejo, que diz depois de uma sessão de fotografias sobre o seu Carnaval, onde nada mais há (ou tudo há) do que pessoas, alegres, com os copos, abraçadas, mascaradas que puseram tudo de si numa noite de festa para andar de bar em bar, me diz "É isto que a gente leba desta bida, é ou não é?". a minha querida montanheira...
e mais, a desconhecida que nem sei o nome. que tem um blog e conta como saiu da cidade e foi para uma quinta, com vinhas e lá está a fazer mantas de patchwork e a vender pela Internet.
tudo isto começou a parecer-me tão do meu tom de pele e ao mesmo tempo tão escuro (eu sou branquela!).
bom, fui atraída para o livro. gostei de ler. acho que não é uma grande obra literária, mas era mais ou menos o que eu precisava ao momento.
acabei hoje, o desfecho é um pouco à pressa para uma vida relatada tão demoradamente significativa, mas ok.
ainda tive a curiosa sorte de a personagem principal ter feito o percurso inverso do meu. veio forçada para Lisboa, pela qual se encantou e logo fugiu (será que assim era se eu fosse por encanto para a aldeia, logo tinha que fugir?). e para onde ela veio? coincidência, das coincidências, para a Venda Nova!! giro, giro... desenvontramo-nos por uma mão cheia de anos...só isso!
a capa do livro... fui atraída, pelo mundo rural Português, os costumes e as gentes. sai-me uma capa com uma paisagem do Norte da Europa, com um rio gelado, tudo coberto de neve, e uma cabaninha de madeira à boa moda dos nórdicos ou dos canadianos... nunca de Montemuro.
enfim, quase que quis forrar o livro. mas como o que impera é a falta de forças geral... não me dei ao trabalho e descobri que consegui viver bem com isso!
ps: o Saramago diz que demora 1h ou 1h30 a escrever um blog (queria dizer post, mas enganou-se e a idade já não lhe permitiu ouvir uma deixa amiga que o corrigia, para ele não repetir e repetir blog). justificou com o cuidado com a língua. eu não sou escritora e demoro também muito tempo. como te compreendo Saramago.

forças

a Espada-de-S. Jorge que está à porta de nossa casa está a dar filhotes.

é bom quando as forças se multiplicam!