quarta-feira, 2 de março de 2011

andei nisto até 2010

muitas vezes na definição que somos fiquei confusa sobre o meu ser combativo, determinado, o que lhe queiram chamar. por um lado, não sou combativa. há coisas que descarto facilmente. coisas pelas quais acho que não vale a pena lutar... nem sei. pensei muitas vezes sobre isso. porque por outro, há coisas que sei que vou conseguir. não sei se luto por elas, desalmadamente, acho que não. mas enquanto não as "tenho conseguidas" não descanso.

a confusão vem daí. não luto por elas, mas não descanso enquanto não as alcanço.

o Rui diz-me muitas vezes que tenho vontades-fixas. que já sabe que se meti na cabeça, mais tarde ou mais cedo... mas na verdade, determinada? combativa? lutadora? na verdade, não são atributos meus, assim de caras. daí a confusão.

andei assim nisto, até 2010. sem saber como me definir neste ponto.

até que um daqueles textinhos de horóscopo, trouxe luz à minha adjectivação. foi um alívio, a sério. agora não consigo encontrar, mas dizia qualquer coisa muito bem dita, como este, que re-encontrei hoje e me trouxe vontade de escrever aqui, assim...

"No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço"

Mia Couto

é isso mesmo, não sou combativa.

(Mia Couto, conta-me muito mais que isto. aliás, só a primeira frase dava um post... um livro, mas seguindo, fica para outro dia)

mas luto com querer do que conquisto, não porque quero, mas porque assim faz muito sentido. não luto por aí fora. vou conquistando e então muita coisa pode mudar a cada passo... sem sequer ter que justificar. é assim mesmo. como assim?

"O caminho faz-se caminhando"
António Machado

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